Capitulo III
Na
véspera do show eu e a Vitoria combinamos de revezar na fila para podermos
tomar um banho e poder comprar mais algumas coisas. Ela foi primeiro, o
namorado a havia ido buscar e claro já foi enchendo a cabeça da coitada. Eu
fiquei até mais ou menos a hora do almoço até que ela chegou.
- O que aconteceu com o Miguel? – Perguntei
assim que ela ficou ao meu lado.
- Ele é um idiota. – Disse brava. – Não queria
me deixar sair de casa. Tive que voltar sozinha.
- Eu não entendo a razão por ele ficar assim
com você.
- Eu também não. – Exclamou se sentando no
saco de dormir, me sentei também. – Ele pensa que eu vou trai-lo ou algo assim,
mas isso é impossível, os meninos nem vão chegar a ver a gente e pra eles mesmo
que falem que somos especiais, no final somos só mais um rosto, vão se esquecer
assim que subirem em outro palco. – Disse. – Eu amo eles, mas eu sei que é um
amor impossível e por isso o qe eu sinto pelo Miguel é diferente – Ela parou,
olhou para os lados e respirou fundo, parecia mesmo chateada. – Eu só queria
que ele não fizesse tanto drama quanto a isso, não sei se da pra você entender.
- Eu entendo.
Pra
mim aquele showzinho todo do Miguel era só um jeito dele manipular ela, era
evidente que nada demais aconteceria naquele show, seria como todos os outros.
Assim
que ela já estava melhor eu decidi sair, fui direto para casa tomar um bom
banho, troquei de roupa e sai, estava decida a comprar uma garrafa térmica para
colocar agua quente para poder fazer miojo e também agua fresca.
Fui
até o meu mercado favorito, era mais longe de casa e longe de onde seria o show
mas, os preços eram maravilhosos e tinha uma boa variedade de miojo no pote.
- Garrafa, certo. Miojo, certo. Salgadinho,
certo. Bolachas, certo. Eno, certo. Barrinhas de cereais, certo. Lencinho
umedecido, certo. – Conferi as coisas enquanto já passava no caixa, aquilo
seria o suficiente para o resto do dia e amanhã que seria o grande dia.
Paguei
e sai do supermercado, o plano era voltar para casa, ferver agua e colocar na
garrafa assim como colocar agua fresca na outra e voltar para a fila, mas então
naquela movimentação de começo de fim de tarde eu vi um moço meio que perdido,
fiquei olhando de longe já que ele estava indo para o mesmo lado que eu, só um
pouco mais na frente, foi ai que eu percebi que um menino iria o roubar,
apressei o passo e o alcancei antes que o garoto pudesse fazer qualquer coisa.
- Tudo bem? – Disse colocando minha mão em seu
ombro. – Está perdido?
Meu
coração parou enquanto o homem a minha frente se virava para me olhar, eu não
tinha percebido de longe por causa de toda a situação mas ... aquele na minha
frente nada mais era do que Jung Hoseok.
- Meu Deus. – Exclamei dando um passo pra
trás, ele me olhou meio desconcertado e sem entender nada. – O que você esta
fazendo aqui? – Perguntei olhando para os lados, com certeza isso era uma
pegadinha.
- Mwola haessni? – Ele disse sem entender
nada, foi então que eu agradeci mentalmente aos meus 3 anos de coreano.
- O que está fazendo aqui? - Ele se
surpreendeu quando me ouviu e sorriu.
- Acho que me perdi.
- Mesmo? – Fui um pouco irônica, mas ele não
percebeu ou então disfarçou. – Vocês não iriam chegar amanhã?
- Sim mas, todos nós queríamos aproveitar
melhor a volta ao Brasil, então viemos um dia mais cedo. – Explicou. – Você
está nos esperando?
- Estou. – Falei sentindo meu rosto queimar,
seu sorriso era muito mais lindo do que dos vídeos.
- Não precisa ficar assim. – Disse ainda
sorrindo. – Agora eu não sou o J-Hope, sou só mais um turista qualquer, tudo
bem?
- S-sim. – E era ainda mais incrível do que
nos vídeos.
- Você pode me ajudar? – Perguntou estendendo
a mão para pegar algumas das minhas sacolas.
- Não precisa. – Falei tentando impedir que
ele as pegasse, mas foi em vão.
- Claro que precisa. – Sorriu. – Namjoon disse
para a gente se encontrar shopping e ... – Ele parou de falar assim que
percebeu que não não estava prestando atenção no que ele dizia e sorriu, ah
aquele sorriso. – Tudo bem?
- A-ah, claro. – Tentei disfarçar meu rubor
novamente. – Você disse o shopping? Bom... se pegarmos um taxi da pra chegar lá
em uns quinze minutos.
- Perfeito, mas... não te atrapalharia?
- C-claro que não. – Desviei o olhar, porquê é
que ele tinha que me encarar tanto? – É melhor eu ir com você, não gostaria que
se perdesse de novo.
Ele
sorriu mais uma vez e seguimos para o ponto. Por incrível que pareça ninguém o
conheceu, talvez seja porquê todas as A.R.M.Y estivessem na fila do show ou
então chorando em casa, isso foi um lado bom, nada de muvuca sabe. Pegamos o
taxi e seguimos para o shopping, estávamos parados no semáforo quando o celular
dele tocou.
- Já estou chegando JungKook. - Disse e olhou
pra mim. – Eu acabei me perdendo mas tive a sorte de achar um anjo. – Ele
explicou me deixando sem jeito. – Tudo bem, vou direto pra ai então, logo eu
chego, não precisam se preocupar. – Desligou. – Eles decidiram voltar para o
hotel, tudo bem pra você ir comigo?
- Eu? – Respondi espantada, ainda tinha que
fazer algumas coisas mas ... o que importa, não é sempre que se pode ser seus
idols pessoalmente. – Tudo bem.
- Ótimo. – Exclamou me mostrando no celular o
endereço do hotel, eu disse para o motorista e o curso foi ajustado para la. –
Você veio no outro show?
- Não, infelizmente não.
- Então esse é seu primeiro?
- Sim
- Conhece a gente a muito tempo?
- Só fui conhecer mesmo ano passado, mas foi
graças a vocês que eu tive uma segunda chance.
- Chance? – Ele me olhou curioso, desviei, não
queria falar sobre aquilo, ele logo percebeu. – Mora aqui?
- Sim, me mudei a alguns meses pra conseguir
um emprego e ... pra ir ao show. – Respondi o vendo sorrir de novo.
- Pra isso as sacolas?
- Sim. – Dessa vez eu quem ri. – Estou com uma
amiga na fila desde terça e hoje resolvemos comprar mais algumas coisas.
- Não é desconfortável?
- Um pouco, mas vale a pena, as brincadeiras,
conhecer novas pessoas. – Soltei um riso contido me lembrando da Annie e da
Paty. – Algumas estão lá a muito mais tempo, tipo desde que os ingressos foram
liberados.
- Serio?
- Sim, mas ninguém reclama de ficar muito
tempo esperando, é até gostoso.
- Parece ser divertido mesmo. – Disse me
olhando ainda rir.
Antes
mesmo que eu percebesse já havíamos chegado no hotel, ele pagou e insistiu que
eu entrasse, relutei um pouco mas acabei entrando. Subimos de elevador até o 5º
andar, ele bateu e abriu a porta do apartamento, a princípio vi a sala que era
enorme, toda iluminada e com vários sofás, levei um susto assim que o maknae
apareceu e em seguida os outros.
- O que foi que você arrumou em Hoseok? –
Disse JungKook
- Eu me perdi. Desculpe. – Respondeu e então
se virou para mim. – Essa é o anjo eu disse no celular.
- É um prazer. – Cumprimentei mega
envergonhada.
- Ainda bem que ajudou ele, era capaz dele
ainda estar la perdido. – Brincou Namjoon me cumprimentando.
- Olha quem fala. – Rebateu ele.
- Parem com isso, ainda bem que o Hoseok está
de volta, o Manager ia matar todo mundo se soubesse. – Amenizou Jin. –
Obrigada.
- Não foi nada. – Respondi.
- Vem, eu fiz o jantar. – Falou voltando para
mais a dentro do apartamento.
- O que são essas sacolas? – Perguntou
Namjoon.
- São coisas dela. Ela esta na fila para o
show de amanha. – Hoseok explicou e então eu acordei, tinha que voltar.
- Não posso ficar.
- Por que não?
- Preciso voltar pra casa e esquentar agua pra
poder voltar para a fila. – Disse mas o Hoseok me puxou para mais dentro até a
cozinha.
- Pode esquentar a agua aqui e voltar. –
Sugeriu JungKook.
- É verdade, assim você come um pouco também.
Tenho certeza que não comeram nada.
Jin
estava certo, não tínhamos comido nada e o cheiro estava ótimo. Não lutei mais.
Mesmo que diferente a comida era maravilhosa, apimentada, mas maravilhosa,
comemos ouvindo o Hoseok contando sobre sua aventura e os meninos falando sobre
o que passaram nesse meio tempo. Rimos muito.
Depois do jantar a agua já estava pronta,
coloquei nas garrafas, Jin fez questão de pagar o taxi pra mim mesmo eu negando
veemente.
- Nos vemos amanha. – Hoseok disse quando as
coisas já estavam dentro do taxi.
- Sim.
- Você ... – Ele começou um pouco envergonhado
antes que eu entrasse no carro.
- O que?
- Você poderia me passar seu numero?
- Ham?
- Caso eu me perca de novo sabe. – Ele riu. –
Eu ia gostar de você ir me salvar.
- E-eu ...
- Tudo bem se você não quiser eu só_
- Não. Quer dizer, eu só dizer um pouco
surpresa.
- Tudo bem?
- Sim, claro. – Sorri e ele me entregou seu
celular para anotar meu numero, fiz isso e devolvi. – Agora eu preciso ir. Até.
– Disse e entrei no carro.
- Espero que goste do show de amanhã. – Ele
disse fechando a porta.
O carro saiu em seguida, olhei para tras e ele
ainda estava lá, sorri e me endireitei no banco, meu coração pulsava tão forte
que agora era até difícil respirar.
- Tudo bem moça? – Perguntou o motorista.
- S-sim. – Respondi. – Eu estou bem.
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