18 julho 2018

Meraki



 'Vou escrever esta história para a minha Senhora, contar o amor dela e as coisas boas que ela sempre esteve esperando e finalmente estão acontecendo. Espero que goste e que não briguem comigo. Com carinho, Ai.'


Com carinho

A história de minha Senhora pode ser igual a de muitas pessoas por aí, mas para mim, para nós, ela é muito especial e por isso irei conta-la.
Nossa vida começou a mais ou menos 14 anos atrás, mas isso não quer dizer que não existíssemos antes. Sempre estivemos com ela, mas foi quando seu primeiro amigo imaginário apareceu que começamos a nos manifestar.
Naquela época eu só me preocupava em mostrar a ela como o mundo era colorido, bonito e divertido... bons tempos.
Comecei a ser mais solicitada quando ela tinha seus 11 anos e logo depois estava todo mundo junto. Mas isso não vem ao caso, para tudo não ficar tão longo e cansativo vou pular alguns anos, ela está com 19 anos, último ano da faculdade e solteira novamente, não que ela fosse uma namoradeira, nunca fomos, ela aceitou muito bem meus ideais de vida amoroso e mesmo que procurasse – e não foi pouco – nunca achamos alguém que se encaixasse nesses parâmetros.
Foi o que aconteceu com o primeiro namoro. De começo achei mesmo que daria tudo certo, mas depois de algum tempo e algumas conversas, percebi que o melhor a se fazer era continuar solteira por mais algum tempo e foi o que ela fez. Tinha sido uma boa experiência, mas ainda não era a hora certa para os dois e isso foi comprovado quando algumas semanas depois ficamos sabendo que ele estava feliz com outra.
Não fiquei arrependida ou chateada, mas sim feliz, estava me sentindo bem com a decisão e contente por ele também. Nossa hora chegaria, eu podia sentir, acredito que foi a confiança dela nesse sentimento que nos fez ficar tão calmos.
Diferente de tempos atrás, antes mesmo do namoro, foi a primeira vez que vi minha Senhora caindo em um abismo e a culpa era minha. Não sei explicar exatamente o que aquele rapaz fez com a gente, mas era obvio o quanto estava sugando a vida e os sentimentos dela, estávamos perdendo nossas cores e isso me preocupou, não era algo fácil sair daquele emaranhado todo, cada vez que tentava mais fundo ficava, aquela sensação de estar se perdendo, afundando com lapsos de raiva e de ... Apego. Essa sim era a palavra que definia tudo que estávamos passando. O bendito apego.
Foi em meio a esse buraco que acabei cometendo outro erro para tentar salva-la, essa sim foi a época do namoro, pela primeira vez depois de tanto ser usada eu a fiz usar alguém. Não me orgulho dessa parte e muito menos quero me justificar, foi errado, é errado, mas foi isso. O alivio foi momentâneo até que surgiu o desgosto que levou a separação. Cometemos erros não é mesmo?
Depois de tudo isso e mais algumas outras situações que não vem ao caso no momento, decidi parar de procurar e desistir, ficaríamos sozinhas, dedicando a vida a cuidar de animais, escrever, ver animes e filmes, quem sabe dedicar a carreira. Estava cansada de decepções e, minha Senhora, também, não queria mais sentir o desespero que tínhamos sentido e isso foi em partes por causa de Dominique, que também estava cansado e com medo do que outra decepção faria com todos.
A ideia de desistir fez um rebuliço em todos, as coisas começaram a ficar neutras e sem extrema beleza, era tudo normal, calmo e repetitivo. Estávamos sem perceber perdendo as cores de novo.






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