Capítulo III
Admiração
Não conseguia tirar os
olhos dele, senti meu rosto queimar e as borboletas no estomago, eu estava me
apaixonando outra vez.
-
Tudo bem Cibe? – Perguntou Camila tirando-me do devaneio.
-
Estou. – Respondi com um sorriso bobo, o que fez com que ela olhasse para a
mesma direção que a minha. – Ele não é lindo? – Disse enquanto ela começou a
rir.
-
Acho ele bonito?
-
Mas é claro. – Afirmei dirigindo meus olhos a ela.
-
É bonitinho. – Falou em um ar de riso.
- Para
mim ele é muito bonito. – Expôs e então percebi as outras meninas vindo em
nossa direção.
Elas nos cumprimentaram e se sentaram
intrigadas pelo que conversávamos.
-
A Cibe está apaixonada por aquele rapaz ali. – Disse Camila fazendo as outras 2
meninas olharem para ele.
-
O Levi? – Exclamou Alice me encarando.
-
Levi? Que nome diferente. – Refletiu Laura que estava ao meu lado. – Mas ele é
bonitinho mesmo. – Concluiu.
-
Ele é uma graça de menino, dão certinho vocês. – Falou Alice me fazendo ficar
roxa.
-
Conhece ele? – Perguntou Camila.
-
Claro, já faz uma semana que ele veio trabalhar aqui. Conversei com ele algumas
vezes.
-
Como é que a gente nunca viu ele? – Perguntou Laura.
-
É que nas primeiras semanas ele ficou no período da manhã atendendo e a tarde
ficava lá dentro ajudando. – Explicou.
-
Você gostou mesmo dele? – Indagou Laura olhando para mim.
-
Gostei. – Respondi voltando a olhar para ele enquanto todas riam.
Depois de encontrar o que esperava ser meu
príncipe as coisas mudaram. Camila, Laura e Alice viviam me chamando atenção
quando ele estava por perto, riam de como eu ficava vermelha e tremula.
Eu
não conseguia para de olhar para ele enquanto estávamos na cafeteria, as vezes
ele olhava pra minha direção e me deixava envergonhada, mas não tinha motivo
pra isso, estava ciente e segura de que ele nem sabia quem eu era, afinal, um
rapaz como ele, bonito, charmoso tem muito mais o que olhar do que uma
baixinha, gorda e de cabelo colorido.
As
vezes enquanto o admirava pude presenciar algumas garotas paquerando ele,
aquilo me deixava um pouco triste, mas o fato dele parecer não corresponder me
dava mais esperança.
Um
mês havia se passado desde a primeira vez que o vi, estava fazendo minha rotina
de sempre, as meninas haviam combinado de nos encontrar mais cedo para passar
mais uma vez a apresentação do dia.
Cheguei e elas já estavam sentadas no lugar de sempre, me sentei junto a
elas e podia sentir algo diferente no ar.
-
E aí Cibe? – Alice disse.
-
E aí... – Respondi desconfiada.
-
Já faz um mês que você ta paquerando o Levi, porque não vai falar com ele? –
Perguntou ela.
-
Eu? – Exclamei. Nunca tinha ´chegado` em um rapaz, sempre fui tímida e talvez
por essa razão perdi muitas oportunidades, mas eu preferia só o admirar, morria
de medo de ser rejeitada e muitas coisas mais apareciam na minha mente como uma
lista da vergonha.
-
É, você. – Riu.
-
Nem pensar. – Rebati. – Não vou falar com ele. E se ele rir de mim?
-
Ele não vai rir.
-
Como sabe?
-
Porque eu falei de você para ele.
-
O quê? – Quase gritei. Minhas pernas tremeram e algo dentro de mim dizia que
estávamos perdidos. Como ela pode fazer isso comigo? Todo esse tempo e ele
sabia que eu estava olhando para ele. – Como pode fazer isso? Quer me matar de
vergonha?
-
Calma, eu não falei quem você era, só comentei que uma das minhas amigas
gostava dele.
-
Mas nem precisava falar é obvio que ele sabe que sou eu. – Disse em desespero.
- Quer
saber, porque você não pede o número dele? Conversam, é normal, se rolar uma
química aí partem para outra etapa. – Expôs.
-
Nem pensar, cê ta louca? Eu não vou pedir o número dele.
-
Eu vou lá pegar para você então. – Laura manifestou pela primeira vez em toda a
conversa.
-
Nem pensar. – Rebati.
-
Vou sim, vocês têm que arrumar isso de uma vez. – Disse se levantando.
-
Não faça isso, pelo amor de Deus. – Implorei em vão. Ela se levantou olhando
para mim e foi até ele.
Não sabia exatamente o que pensar
da situação, não esperava que justamente a Laura fosse tomar essa atitude.
Fiquei ali tentando analisar tudo que acontecia, ela chegou perto dele, disse
algo que o fez virar, ficou sério e então um meio sorriso se formou naquela
boca linda. Ele pegou o bloco de notas que ficava em seu bolso e começou a
escrever.
- Oh meu Deus, ela conseguiu. – Exclamei.
-
Grande coisa. – Repeliu Shin desgostoso.
- Isso não é bom. – Sussurrou Dominique.
Mesmo que não
gostasse, a Senhora nesse momento estava sendo tomada pelas sensações e
impressões de Dominique. Ele era responsável por nos manter ´seguros`, ele que
impedia que fizéssemos algo de ruim, mas nesse momento ele estava passando dos
limites.
Laura pegou o papel
enquanto dizia algo, ele sorriu novamente e voltou ao que estava fazendo. Ela
caminhou sorrindo até seu lugar e então colocou o papel na mesa.
- Não vamos pegar esse papel! Não vamos
mesmo! – Ordenou.
-
Não vou pegar isso. – Disse ainda envergonhada.
-
Vai sim, eu fui lá. – Falou.
-
Nem pensar. Não vou mandar mensagem para ele! Ele que devia pedir o meu número.
-
Para de ser fresca Cibele. – Rebateu Alice.
-
O número está aí Cibe, é sua chance. – Expôs Camila.
-
Deixa aí, eu não vou pegar. – Conclui. – A gente não devia estar passando a
apresentação?
-
Tudo bem. – Começou Camila. – Vou ficar com o número, se você mudar de ideia,
me manda mensagem que te passo o número. Agora vamos a apresentação.
-
Ótimo. – Respondi agradecida por finalmente mudarmos de assunto.
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