10 dezembro 2014

Sentidos - Capitulo IV




Capitulo IV

 Promessas


      - Seremos melhores amigos .... pa..para sempre ... não é? – A voz da menina saiu manhosa, seus olhinhos azuis lacrimejavam fitando os escarlates do garoto.
      - Seremos ..... seremos sim. – respondeu firme, se ajoelhando ao lado da rosa.
      - Vo ... você promete?
      - Claro que sim Ran. – afirmou com a voz preocupada. Os olhinhos percorriam desde os azuis lacrimejantes até aos joelhos da pequena, que estavam cortados. Parecia doer. – É melhor irmos agora não? Seu machucado pode piorar. – diz se levantando, ajudando ela a levantar e em seguida caminhar.






                - Você lembra não é? ...... Você me prometeu.







   10 anos depois







    O enorme quarto ainda se encontrava escuro, exceto pelo aparelho que já a algum tempo tremia na cômoda ao lado da cama, onde uma cabeleira rosa se remexia.
    A mesma resmungou algo sem sentido, estendeu o braço, levando a mão tateando a procura do aparelho barulhento. Assim que o achou tratou de o puxar para debaixo das cobertas.
     - Alô – falou manhosa.
    - Ainda está dormindo? Tsc. Pensei ter ouvido você dizer que estava animada por hoje. – repreendeu a voz masculina do outro lado. Em um pulo a jovem se levantou.
     - Aaaah!! – grita ao se desequilibrar ao pisar no pequeno tapete ao pé da cama. – Que horas são?
     - 7:40 – respondeu em desdém.
     - 7;40 !!! Tô super atrasada. Vou desligar, depois nos falamos. – diz já retirando o short do pijama. Colocou o celular na pia de mármore, já retirando a blusa e entrando debaixo da água. Estremeceu. A água ainda não havia esquentado. Desceu gelada pela suas costas a fazendo grunhir.
      Em poucos minutos já estava pronta, desceu as escadaria principal correndo, entrando na cozinha.
       - Bom dia Katry. – falou ao entrar.
       - Bom dia pequena. – disse a mulher se levantando para a servir.
       - Não Katry, estou super atrasada. Como a maçã no caminho. – fala depressa pegando a fruta na mesa e já saindo.
       - Não vai levar mais nada pra escola? – rebateu a loira a seguindo.
       - Ainda tenho dinheiro. Vou indo. Até de tarde. – respondeu já entrando no carro, que por sorte já a esperava.
        Enquanto o carro ia ela terminava de arrumar o cabelo, amarrando-o em marias-chiquinhas baixas. Pode dar algumas dentadas na fruta quando o carro parou. Não esperou que o motorista abrisse a porta e saiu se despedindo. Seguiu até seu armário, cumprimentado alguns conhecidos. Girou a senha e abriu a porta vermelha do armário, deixando um pedaço de papel escorrer até seus pés.
      - Aff.... de novo. – murmurou revirando os olhos. Abaixou e pegou o pequeno cartão, o virou para ler o que estava escrito.
      ´´ Está atrasada hoje. Mas que bom que chegou. Temi por alguns segundos que não viesse.``
       Esses cartões ao passar do tempo se tornaram hilários. Já vinha recebendo-os a mais de um ano e meio, aparentavam ser da mesma pessoa. Um admirador secreto, pode-se dizer.
      Quando começou a receber esses recados tinha certeza que não durariam muito. Como foi com os outro.
       Todas as manhãs, quando saia das aulas, quando chegava, ao sair das atividades de Educação Fisica, no refeitório, na biblioteca. Não importava a hora ou momento, ele sempre a via. Claro já havia pensado em contar isso ao moreno, mas toda vez que formava um jeito de o contar, lhe vinha a cabeça a vez que, saindo da escola um garoto se trombou a ela. O moreno armou o maior escândalo com o pobre rapaz. Se sentia importante, mas também tinha medo do que o amigo poderia fazer.

       Ela lhe causava ciúmes?


   Ele podia ser um gênio, mas também era possessivo. Não permitia que ninguém além dele e poucos amigos a tocasse. Talvez por tê-la como seu piano fora de casa. Ele lhe protegia com todas as forças. Até de mais. Isso causava inveja. Inveja de quem os via juntos. Muita inveja. Mas quando se esta feliz, não se enxerga o perigo ao redor.
   
      Se despertou quando ouviu o sinal para que todos entrassem. Colocou o cartão no armário, o fechou e seguiu até a sala encontrando o moreno no caminho. Entraram juntos e foram para seus lugares. Por sorte o rapaz cumprimentava alguns colegas na sala e não percebeu a rosa esconder outro cartão que estava em cima da sua mesa. Quando a aula começou a rosa pode ler o que estava escrito.
     ´´ Tenha uma boa aula. Hoje será um grande dia. ``

      Estremeceu.
   
     Por alguma razão seu coração parou.
    ´´- O que quer dizer com isso?``  pensou.
     Passou as aulas sem conseguir prestar atenção em nada e claro.... o moreno percebeu. Seus olhos vez ou outra ficavam sobre ela, tentando decifrar alguma coisa.
      Quando o recreio chegou o moreno não perdeu tempo e foi logo questionando o motivo da rosa estar tão desperta. Queria saber o que a atormentava. Se fosse por meninos, de novo, ele o mataria, mas ela não respondia nada. Apenas dizia que não era nada de mais.

     O recreio havia acabado, todos se dirigiam para o ginásio. A rosa estava no vestuário junto com as outras colocando a roupa adequada para o exercício que hoje seria futebol.
     Modéstia parte ela era muito boa no campo, talvez por isso todas estavam brigando para ver quem ficaria com ela no time.

    O jogo fora muito bom, voltaram todas animadas e rindo. Seu time ganhará de 15 a 2 – não tinham uma boa goleiro – se dirigiam ao vestuário, queriam tomar um bom banho, afinal ainda teriam aulas.
      Todas entraram gritando a vitoria. A rosa foi até seu armaruo e lá estava outro cartão.

       ´´ Parabéns pela vitoria. Que tal comemorar isso de uma forma diferente? Te espero fora do ginásio. ``

     Sorriu.
   
     Até que enfim saberia quem era essa pessoa tão misteriosa. Já a tempos se perguntava quem seria ele. Sem mesmo se trocar se dirigiu para a porta do vestuário.
     - Ei Ran, não vai entrar no banho? – uma das garotas a questionou.
      - Vou sim. Quero ver uma coisa primeiro. Já volto. – sorriu abrindo a porta e saindo. Caminhou até a porta do ginásio como havia lido. Ninguém. Entranhou. Olhou para os lados e lá estava..... outro cartão no chão. Andou até ele, abaixou para o pegar.
       ´´ Obrigada por ter vindo.    Meu amor. ``

   Se assuntou se levantando repentinamente. Sentiu algo a segurar e sufocar. Não conseguia respirar. Se debateu em vão. Seu corpo começou a adormecer. Seus olhos vagaram desnorteado a procura do moreno.
     - Shin ....










   - Estão dispensados. – o professor de óculos, meia idade, diz fazendo os alunos saírem agitados. – Shindou-kun. – chamou, fazendo o moreno se aproximar da mesa repleta de papeis onde o homem se sentava. – Aconteceu algo com a Ran-chan? – perguntou.
      - Eu não sei direito sensei. Mas tenho certeza que ela deve ter passado mal de súbito e ido embora. – respondeu o moreno, mas ele também se perguntava a mesma coisa.
      - Ela nunca saiu assim. Estamos preocupados. – suspirou. – Caso a veja. Peça que comunique a escola sobre hoje.
      - Sim senhor. – respondeu se curvando em cumprimento e saindo da sala. Pegou o celular, nenhuma chamada ou mensagem dela. Seu peito doeu.
     ´´-Aonde você está Ran?`` - pensou enquanto clicava o numero de discagem rápida para a rosa.

       Perdeu a conta de quantas vezes suas ligações caíram na caixa postal.
       Se jogou suspirando pesado na cama. O quarto lhe parecia mais escuro que o normal. Talvez pela falta dela. Falta do seu equilíbrio.
       Seus olhos vermelhos ficaram o teto escuro. Seu peito doia. Não se lembrava de ter feito algo de errado, mas mesmo assim confiava que ela teria ficado brava com ele por alguma coisa e estava em casa sem o atender.
      Despertou-se com alguém na porta. Era uma das empregadas.
     - Jovem mestre... – começou receosa. – Katriny, oba da senhora Kirino está ao telefone perguntando pela mesma.
     -Como?  - gritou em um pulo. Como assim ela não estava em casa?
     - Ela disse que Kirino-sam ainda não chegou em casa. Está muito preocupada. Pediu para lhe perguntar se o senhor sabe onde ela pode ter ido.
     - Não ..... não sei. – respondeu confuso. Sua preocupação agora aumentara. – Desculpe. Diga a ela que quando Ran chegar para que ela me ligue. Não importa a hora.– disse a olhando.
         A mesma consentiu com a cabeça e saiu, o deixando só novamente.
  
       - Ran ... aonde você está!














 Continua ....

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