23 dezembro 2013

Trancado a 7 Chaves - 2 Temporada

Capítulo 12 






                  
                  ´´Há desesperos do qual você não pode se livrar ... ``

         Até meus 7 anos, vivi com meus pais e irmãs nos subúrbios de Londres. Meus pais tinham uma certa dificuldade em permanecerem no trabalho. Sempre acabavam demitidos depois de uma semana.
        Marávamos até então de aluguel. Este qual que sempre acabava ficando atrasado, o que fazia com que o dono da casa se irritasse muito conosco. Quando conseguiam arrumar algum bico, pagávamos o aluguem e nos mudávamos, para começar tudo de novo.

             ´´ Tudo bem meu filho. Isso vai acabar logo. ``

        Eram sempre as palavras que minha mãe dizia, logo depois que meu pai nos abandonou. Ela sempre foi uma mulher forte. Batalhou muito para continuarmos juntos, custe o que custasse. Mas as forças delas não era mais apreciada. As coisas começaram a ficar difíceis e minha mae não conseguia trabalho. Passamos a receber ajuda de ongs comunitária, o que ajudava um pouco.
   Depois de alguns meses a ong não tinha mais financias para continuar nos ajudando e acabamos sem nada de novo.
   Erámos em 5. Minha mãe, minhas irmãs e eu. Como todas as portas se fecharam e eu era o único homem em casa decidi sair e procurar trabalho. Mas quem em uma cidade tão rica e grande contrataria um garotinho de 7 anos?
    Sem mais opções, vendo minhas irmãs com fome e minha mãe desesperada com a situação, comecei a roubar. E ser detido também. Era errado e eu sabia disso ... mas quem nós ajudaria? Depois de diversas vezes detido percebi que isso só estava piorando o estado da coisa. Após a 10 vez decidi que não roubaria mais. E as coisas só pioraram.


      Sem saída minha mãe acabava deixando a gente em casa e saia a noite para só voltar de manhã. As vezes trazia algo junto com ela, outras apenas o dinheiro.
             ´´ Vê filho? Mamãe conseguiu um trabalho. Agora as coisas vão melhorar. ``

     Era só olhar para ela e podia ver que nesse trabalho, as coisas não melhorariam em nada.
     Das noites, aos poucos se tornaram em dias e a cada um deles podia ver o olhar de mamãe enfraquecer aos poucos. Morrer .... sem eu poder fazer nada.
   
     Uma das vezes que ficou por alguns dias fora, voltou com um estranho junto. Dizia que ele nós ajudaria e que seria melhor termos ele por perto. No começo foi bem assim .... é ... quase assim. Os gestos gentis dele foram se transformando cada vez mais em agressivos. A esperança doce que tinha de podermos começar a vida de novo .... foi se tornando tão ... tão amarga.
     Ele agredia minha mãe e muitas vezes delas eu acabava entrando no meio e apanhava no lugar dela. Me sentia bem com isso. Assim ela não precisaria sofrer mais do que já havia sofrido.
     Uma das frequentes vezes que ele se irritava, acabou passando dos limites. Ele me jogou par fora de casa e se trancou com minha mãe e irmãs.

                Podia ouvir seus gritos.

         ´´ - Por favor, alguém me ajude!! ``

                Não podia fazer nada.

              Talvez ninguém podia nos ouvir. Mas era improvável.


            ´´ - Humanos podem ser tão ... cruéis... ``


         Quando enfim a porta se abriu e pude entrar, vi como minhas irmãs estavam. Quem aquele lixo pensava que era? A ... aquilo era tão ... tão ... repugnante. Ele era repugnante. Sua voz era repugnante. Tudo nele me enojava.
        O sorriso sarcástico dele me irritava. Jurei a todas elas que ele nunca mais faria nada de mal. A elas e nem a ninguém.

                                      
                                           E .... Cumpri.


    Depois disso, aos meu 12 anos, me mudei para o Canadá. Prometi que conseguiria um bom trabalho e mandaria dinheiro a elas. Sempre manteríamos contato.

    No começo passei por um pouco de dificuldade. Em um lance de sorte acabei cruzando com o senhor Kirino. Tinha 13 anos quando entrei pela primeira vez na mansão Kirino. Trabalhava como ajudante e aprendi de tudo lá. Com o dinheiro que recebia podia me sustentar e enviava o restante a minha mãe em Londres.

     As coisas então começavam a melhorar pra nós.

  Com meus 19 anos e ainda na mansão, fui designado para um procura especial. O mestre Kirino procurava sua filha a vários anos e já havia montado varia operações para esse fim, mas nenhuma lhe dava resultados. Fui enviado ao Japão onde tinham mais índice de que ela se encontrava. Já instalado, esperava a foto da garota e os últimos relatórios para começar a busca.

     Uma garota exótica. Deveria ter seus 15 anos, quando a encontrei matriculada na escola Raimon. Jogava futebol e por alguma razão aparentava se fingir de garoto. Passei um ano inteiro a seguindo e descobrindo sobre ela.
     Morava sozinha. 16 anos. Personalidade forte, inteligente. Linda. Muito linda. Vivia saindo com um garoto moreno de olhos avermelhados. Cujo qual descobri ser Shindou Takuto, o projeto de maestro herdeiro das corporações Shindou. Eles pareciam ser amigos. Sempre saindo juntos, a maioria das vezes ela quem ia a sua casa e passava lá a tarde toda.
     Interessante como comecei a me pegar pensando nela. Em me preocupar quando não voltava logo para casa, ou de voltar sozinha pelas ruas.
    Quando aparentava estar doente, quando em treinos acabava se machucando. Quando o menino Shindou se aproximava dela de mais.
     Principalmente ele.


    Como aqueles olhos azuis me hipnotizaram? E me prenderam no seu feitiço? Quando passei a quere-la ao meu lado? Quando comecei a imaginar ela sem aquele moreno?

     Ran tinha um brilho especial que me conquistou. Desde quando vi sua foto, olhar para ela fazia meu coração palpitar cada vez mais rápido. Despois daquele ano teria de informar ao senhor Kirino que havia encontrado sua filha. E foi o que fiz. Comuniquei a ele que de imediato pediu que eu fosse falar com ela, contar tudo e claro lançar a proposta dela encontrar o pai novamente.
    Foi o que fiz. Ou pelo menos tentei. Vê-la tão perto e ter de fingir indiferença era bem difícil. Seus olhos penetrantes pareciam ver a minha alma e coração. Tão linda. Tão perfeita.
    Aquela semana ela parecia estranha. O moreno já não vinha a casa dela, não voltavam juntos e muito menos ela ia a casa dele. Foi um alivio, mas ela parecia mal.  Disse a ela que pensasse bem sobre o que havia dito e viria busca-la depois de uns dias.
   No dia combinado lá estava ela, pronta. Liguei antes para confirmar se estava tudo certo e ela respondeu que sim, logo iria a buscar. Quando olhei no relógio já eram 07:15 am, já estava na frente da casa dela com o taxi. Toquei a campainha e logo ela veio atender. Me ofereci para pegar suas malas e ela aceitou. Enquanto as colocava no taxi vi que ela observava a casa, talvez sentiria falta dos momentos nesse lugar. Entramos no carro e fomos para o aeroporto, vi que ela estava com uma caixa prata no colo, mas seria indelicado perguntar o que era, então apenas fiquei a olhando.
    Já estamos esperando o embarque quando a vi pegar o celular e enviar algo. Será que falava com o moreno? Logo depois ela recebeu uma resposta e nesse exato momento o nosso embarque foi anunciado.
    -Senhora Ran, recomendo que desligue o celular antes de embarcarmos.
     Disse e ela soltou um ´´- A sim.``  respondeu alguma coisa e então desligou o celular. Enquanto mostrava nossos passaportes ela olhava em volta com esperança. Talvez de que o moreno a viesse impedir. Mas não aconteceu nada. Embarcamos e o caminho até Ottawa foi silencioso.


     Já haviam se passado 8 anos e as coisas corriam bem. Podia a ver todos os dias agora e conversávamos muito também. Depois de algumas semanas na escola acabou fazendo um amigo, que a proposito se parecia muito com o menino Shindou. O mestre Kirino passava por problemas, na verdade muitos.  Em alguns messes ele e a filha estavam correndo risco de vida, por isso ele acabou tendo a ideia de forjar a morte da rosa. Seria tudo para tirar os olhos daquela máfia sobre ele. Ela seria enviada a Londres e viveria lá com outro nome, mas não poderia ir sozinha.
    Me assustei quando o senhor Kirino pediu que eu cuidasse dela, pra mim não seria problema, tendo ela ao meu lado, tudo seria ótimo. Quando tudo ficou pronto nós mudamos. Nas primeiras semanas passei a procurar a minha família, elas já não moravam no mesmo lugar. Depois de um tempo acabei descobrindo que elas havia morrido.Foi quando comecei a perceber algo diferente nela. Ficava facilmente enjoada e tive a impressão de que estava grávida. Mas como? Foi então que ela acabou me contado da noite que teve com o outro moreno, antes de tudo que aconteceu. Já estava de 5 meses e não poderíamos fazer nada. Depois de contar tudo ao pai foi decidido que ela teria o filho.
    Quando a criança nasceu percebi o desejo que ela tinha de ter o moreno com ela novamente, mas o que poderia fazer ? Os anos foram se passando e mesmo me esforçando para ter um bom relacionamento com a criança, sempre nos dávamos de frente, até mesmo com Ran, que no momento chamava-se Elizabeth, nunca tivemos um bom relacionamento, nem de mentira.
     Quando Skarleth descobriu sobre a escola de musica da corporação Shindou na cidade é claro que quis entrar, mas ela não poderia se encontrar com o Shindou. Tentei ao máximo impedir isso, mas não adiantou de nada e no final ele acabou vendo a Ran. Depois disso, sabia que já estava tudo perdido. Com a volta dele, ela não precisaria mais fingir comigo. Iria embora com ele e me deixaria.
   Agora ele vive com a Skarleth, e por cima Elizabeth está indo junto. Sei que tudo é questão de tempo, mas eu só queria poder ter uma coisa na viva. Queria poder ter ela pra mim. Ter a Skarleth. Podermos ser uma família. Poderia ser tão diferente. Tão mais fácil.

      Porque não posso ser amado também ?


                ´´ Há desespero do qual você não pode se livrar... ``





   Continua ...

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