23 dezembro 2013

Trancado a 7 Chaves - 2 Temporada

Capítulo 1 





O dia amanhecia e o sol mostrava seus primeiros raios de tímidos. O céu com pouca nuvem desenhava a manhã de Inazuma.
 Nas ruas já começava um breve movimento e um jovem moreno anda apresado até uma mansão. Atravessa os portões da propriedade e se encontra  tocando a campainha que ecoa pelo ambiente e passos podem ser ouvidos, a porta se abre lentamente e dá passagem a figura de um senhor, com roupas formais e cabelos brancos.
 -Senhor Matsukage. – disse ele vendo o moreno sorrindo.
 -Shindou está Robert?
 -Mestre Shindou deixou claro que não quer receber visitas hoje.
 -Hãm?! Por que? –o moreno diz impulsionando o corpo um pouco para frente e correndo os olhos no imenso saguão.
 -Creio que o senhor sabe a razão. Hoje fazem 6 anos.
 -E por isso estou aqui. Ele pretende ficar trancado o dia todo? – ele continuava a correr os olhos atrás do mordomo.
 -Estou velho e se o senhor entrasse correndo e fosse até o quarto do mestre, não poderia fazer nada. –o mordomo disse sorrindo e dando uma pequena passagem para a direita, por onde o moreno passou correndo subindo as escadas, indo até o quarto.

 POV Shindou Takuto
 Hoje fazem 6 anos, 6 anos. Quem diria. Os 6 anos mais tortuosos da minha vida e em pensar que terão mais.
 Lembrando das nossa primeira noite uma breve alegria me toma, mas que logo se passa. Todos os planos e sonhos... abandonados.
 Depois daquele dia que voltei de Ottawa meu mundo acabou. O fato do pai de Kirino não me permitir ver seu corpo e fazer as devidas procuras me incomodou muito. Desde então contratei mais um detetive, Mello, que junto a Near estão procurando os culpados pelo acontecimento.
 Hoje já fazem 6 anos e nem mesmo o dia tem respeito pelo meu sofrimento. Robert e os outros empregados estão cientes que não queria receber nenhuma visita ou telefonema. Estava deitado na cama lembrando o pouco de tempo que tivemos juntos e o quanto perdemos quando alguém bate na porta.
 -Shindou, você está ai?
 Ótimo. Tenma, agora não vou ter paz.
 -Vá embora Tenma, Robert não falou que não quero receber visitas hoje?
 -Ele disse, mas não ligo. Vou entrar.
 -Vá embora...
 Me levantei a tempo de vê-lo entrando sem fechar a porta.
Vamos Shindou, levanta.
 -Vai embora Tenma. – disse voltando a deitar e observar o teto.
 -Vai ficar ai o dia todo?
 -Esse é o plano.
 -Oras, o dia está lindo e você ai com essas cortinas fechadas e deitado na cama.
 -A Tenma, não estou com animação.
 -Vamos sair. Anda. Levanta. – ele veio até mim puxando os cobertores.
 -Não quero Tenma. –ele já estava me irritando ao extremo. –Me deixa!
 -Não foi você quem morreu Shin...
 Não notei quando meu braço se levantou. Só me dei conta quando ele me olhou assustado com seu rosto vermelho.
 -Tenma ... – disse baixo, podia ver seus olhos marejados.
 -Quer saber Shindou? Cansei. Faça o que quiser. Morra também, eu não ligo mais. Já tentei de mais.
 -Tenma ...
 -Não quero saber.
 Ele saiu pisando fundo, podia ouvi-lo descendo as escadas. Sei que fui errado e o que ele queria era me animar, mas, não estava a fim.
 Depois de um tempo ouvi alguém subindo, com certeza era Robert.
 -Mestre Shindou?!
 - O que é? – estava sentado na cama quando ele entrou.
 -Uma ligação para o senhor.
 -Já não deixei claro que não queria receber nada?
 -É da filial da corporação da Inglaterra.
 -O que ele quer?
 -Quer falar com o senhor.
 -Sobre?
 -Ele disse que gostaria que o senhor fosse a Londres, encontraram um aluno surpreendente, e gostariam que o visse antes de tomarem as devidas atitudes.
 - O que? Eu? Para Londres? Mande que ele venha. – disse o olhando descrente.
 -Seria complicado, já que talvez o aluno não poderá vir. Mestre. Acho que deveria ir ver o que Myselfly quer. Será bom para o senhor.
 O que Robert disse fazia sentido. Depois do que houve, agora seria melhor mesmo viajar e pensar um pouco mais.
 -Londres. – disse encostando meu tronco no colchão. – Ligue para Filiphe e avise que estou indo.
 -Sim senhor.
 -Ligue também para Jarbas, vou estar pronto em 15 minutos e pretendo sair em meia hora.
 -Sim senhor, mas alguma coisa?
 - Agora é só.
 -Mestre Shindou.
 Ele disse saindo e fechando a porta.
 Me levantei e segui mesmo descalço para o banheiro. Retirei peça por peça e adentrei o box. Levei a mão até o cilindro e o girei para a esquerda. A água gelada começou a cair sobre meu corpo, o que me causou um breve arrepio , que logo desapareceu com a temperatura da agua se aquecendo.
 Enquanto a agua quente caia do topo da minha cabeça e escorria até o chão meus pensamentos eram levados a Londres. Quem seria esse aluno que fez Filiphe me pedir a ir até tão rápido?
 Acabei o banho e sai do box para me secar. O fiz e segui até o quarto para começar a me arrumar. Sigo para o armário, o abro, pego uma calça jeans, blusa azul escura, um blazer com um terno preto. Os visto e coloco meu tênis, logo pude ouvir os passos de Robert subindo as escadas, a casa ficava tão vazia sem a voz dela.
 -Mestre Shindou.
 -Entre. – disse e logo ele entrou no quarto.
 -Jarbas já foi avisado, ele já está seguindo para o aeroporto.
 -Ótimo.
 -Quando o senhor quiser o carro já está pronto para sair.
 -Certo. – disse e me levantei, algumas gotículas de agua ainda escorriam pelo meu rosto, peguei a toalha e o sequei  mais um pouco. Segui ao banheiro e penteei meu cabelo, quando sai Robert já estava com as malas prontas.
 -Quando fez isso Robert ?
 -Enquanto estava no banho mestre. Pronto?
 -Sim.
 Disse e seguimos, o carro já nos esperava e seguimos para o aeroporto onde o jato já me esperava, entrei a bordo e seguimos para Londres.
 Depois de algumas 4 ou 5 horas chegamos no destino. Era hora do almoço e me encontraria com os filiais no restaurante. Já estava sentado em uma mesa quando vi Filiphe e Benjamin chegarem, eles me cumprimentaram e sentaram.
 -Senhor Shindou. – ambos me cumprimentaram. –É um prazer imenso conhece-lo.
 -Digo o mesmo. – disse voltando a me sentar.
 -Pedimos desculpas por tê-lo incomodado tão repentinamente. –Filiphe disse. Ele era um homem de pele clara, cabelos loiros e olhos verdes claros, estava sentado a minha frente.
 -Não tem problema Filiphe, desde que valha a pena. –disse o olhando serio. Percebi o garçom se aproximar, fizemos nossos pedidos e ficamos um tempo em silêncio. Já fazia muito tempo que não vinha a Londres, é uma cidade muito bonita. –E então? Como é esse aluno? –disse e os vi se olharem.
 -Bom... na verdade ´´ele`` é ´´ela``. – o moreno ao lado de Filiphe se pronunciou.
 -Ela nos surpreendeu senhor Shindou. Nos surpreendeu.
 -Uma garota. O que ela toca de mais?
 -Isso que é a surpresa. Ela toca tudo.
 -Tudo? – disse olhando Benjamin, um jovem de pele morena e cabelos negros lisos, seus olhos eram castanhos.
 -Sim senhor. –ele respondeu.
 -E o que deram para ela tocar.
 -Simplesmente tudo. Desde um pandeiro até um piano e saxofone, e ainda rege magnificamente.
 -Quantos anos ela tem?
 -Tem 6 anos senhor.
 - 6 anos? As inscrições começam a partir dos 3 anos, então foram apenas 3 anos que ela está junto a nós?
 -Na verdade não senhor. – Filiphe disse receoso. – Ela está conosco desde o começo da semana. – impossível, o que Filiphe havia dito era impossível. Como uma criança de 6 anos pode tocar tudo isso.
 -Como assim? Passaram apenas 3 dias desde o começo da semana. Estão brincando comigo? No mínimo para uma pessoa poder tocar todos estes instrumentos levaria anos. A menos que ...
 -A menos que ela seja uma exceção, um gênio. – Filiphe disse me olhando.
 -Senhor Shindou posso garantir que quando a ouvir vai entender do que estamos falando. Ela vem tentando nos mostrar isso a um bom tempo, mas sempre achamos que era só blefe. Essa segunda ela veio e decidimos lhe dar uma chance, foi quando nós surpreendemos.
 -Talvez ela tenha feito lições pela internet. Hoje em dia podem fazer qualquer tipo de aula grátis online. – Benjamin disse. –Mas talvez ela seja um gênio nato, a primeira a se destacar na corporação.
 -Os outros alunos ... – disse ainda pasmo pelo que ouvia.
 -Eles ainda não desenvolveram nada de mais, não como essa garota.
 O assunto parou por ali. Fiquei mudo, poderia ser mesmo, mas e se não fosse nada do que eles pensavam? Nossa comida logo chegou. Comemos em silencio. Se essa menina fizesse o que eles falam, seria excelente para a corporação. Dispararíamos no ramo e muito pais apreciadores de musica clássica confiariam seus filhos a nós. Seria maravilhoso.
 Com esses pensamentos terminamos de comer, pagamos e seguimos para a sede. Filiphe ligou para a garota que aceitou ser ouvida por mim, logo ela estaria ali. Em quanto a esperávamos, andei pela escola. Estava impecável. Alguns alunos tinham aula no momento. Tínhamos cerca de 2 mil 517 alunos matriculados e em ativa, mas nenhum deles se destacou. Era estranho isso.
 No final acabamos indo para uma sala onde guardavam uma variedade de instrumentos, seria excelente para a avaliar. Conversávamos sobre as financias quando pode ouvir alguém bater na porta. Benjamin se prontificou e abriu a porta.
 Uma figura pequena adentrou, me causando uma sensação estranha, pude sentir meu coração disparar e uma breve falta de ar me tomou enquanto a via entrar.

             Continua... 

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