Capitulo II
Chego em casa tomo meu banho e enrolo ao
Maximo para ir a casa de Shindou,tenho o pressentimento que isso não vai dar
certo.Acabo sendo vencida e lá pra tarde caminho em direção a sua ´´casa``.Ao
chegar toco o interfone e digo que era eu,permitem que eu entre e Robert o
mordomo da família Shindou a anos me atende já na porta da casa.A família
Shindou é conhecida no Japão por ter uma grande empresa de musicais e
instrumental.Entro e subo as escadas junto com Robert.
-Faz tempo que não vem aqui.
-Hmm –faço que sim
-Aconteceu algo entre você e o jovem mestre?
-Am?! A ... nada de mais. –Robert sabia quem
eu era de verdade e quando soube fiz o prometer que não contaria nada ... a
ninguém e ele aceitou.
-O tempo está passando,deveria contar o quanto
antes para o mestre Shindou –diz em voz baixa,paro e ele segue até a porta do
quarto dele e bate – Mestre Shindou,Kirino está aqui.Deixo entrar?
-Sim. –Sua voz saio alta e imponente como
sempre,fazendo meu coração descompassar.Robert saio e então caminhei até a
porta a abri lentamente confirmando onde meu moreno estava,claro atrás daquele
grande piano.
-Você demorou. –Ele diz sem se mexer.
-É-é
ti-tive alguns imprevistos. –mentia mal e ele com certeza tinha
percebido.
-Hmm. –Silêncio constrangedor.Como odeio
isso,ficamos assim até ele se levantar e colocar a mão esquerda sobre o piano.
–Você está diferente.
Ele diz fitando o chão.
-N-não,eu? Não clã-claro que não.
-Como não Kirino?Você ultimamente está fugindo
de mim ... o que foi que eu fiz? –agora seus olhos estavam em mim,sei um aperto
no peito queria tanto contar,mas e se ele não entender? E se ele ficar bravo?
Até por que não foram um mês dois,foram 7 anos.
-Você não fez nada ... quem fez fui eu. –disse
as ultimas palavras baixo o suficiente para que ele não me ouvisse.O erro foi
meu não poderia o culpar,mas essa culpa me corta ao poucos por dentro.
-Então porque? Não quer ser mais meu amigo? –
´´Na verdade não `` pensava quando percebi que ele já estava na minha frente o
que me fez assustar.
-Por que não
sou o que pensa que sou. –algumas lagrimas acabaram brotando e logo estavam a
rolar pelo meu rosto.
Me assusto ainda mais quando sinto algo
quente tocar meu rosto ... seus dedos
correram dos meus olhos ao queixo levantando meu rosto,seu olhar sempre
me encantou,calmo,misterioso,mas estávamos tão perto que acabei dando mais um
passo pra trás o que ele me acompanhou e acabei percebendo que havia encostado
na porta.
Vermelha
Essa com certeza era a minha cor nesse momento.Não
sei o que ele pretende afinal ainda sou um garoto pra ele,percebi que ele se
aproximou mais um pouco,senti sua respiração como antes e logo seu nariz tocou
no meu então um toque na porta nos fez assustar e imediatamente ele foi para
trás me dando passagem.
-Mestre Shindou,está tudo bem? –uma voz
feminina familiar pode ser ouvida,com certeza era a Nannci,uma das empregadas
que a propósito sempre aparece na hora errada.
-Sim está –Shindou respondeu. –Por que não
estaria?
-Estava tudo tão quieto ai. – ´´O coisinha
curiosa `` como a odeio.
-Está tudo bem.O que quer?
-Ahh sim,sua mãe acaba de chegar e quer vê-lo.
O moreno a minha frente respirou fundo andou
até a porta e a abriu,parou e fixou seu olhar pra fora.
-S e quiser ... pode vir.
Disse já seguindo em direção a onde sua mãe
estava, eu o segui.Ela estava bela como sempre,cabelos presos em coque roupa
social muito bonita,estava a dar algumas ordens as empregadas na cozinha e
quando entramos ela logo as dispensou.
-Oi mamãe –ele diz e em seguida sua mãe o olha
com um sorriso.
-Oi filho,tudo bem?
-Sim. –Seus pais quase não ficavam em casa e
por isso ele era um pouco ríspido e seco com eles.
-Ah,seu pai não pode vir mais .... mais ele
queria muito te ver filho.
-Certo,é só isso?
-Bom ... daqui a pouco vou viajar e queria
saber se precisava de algu ..
-Não preciso.
-A sim ... e .. você gostaria de ir comigo?
-Não.
-Ham? A eu pensei que ...
-Estamos no meio do ano,não vou a lugar
nenhum.
O sorriso já não estava mais em seu rosto a
muito tempo,podia ver que ela se esforçava pra dialogar com ele mas.Resolvi
então ficar ao lado de Shindou e deixar que ela visse que estava lá.
-Kirino querido,você estava ai? Faz tempo que
não o vejo,como está bonito.
-Obrigada senhora.
-Você está cuidando bem do meu anjinho?
-Não sou –Cortei Shindou antes que a
machucasse de novo.
-Cuido sim senhora.
Assim que a respondo um outro mordomo vem
avisar que já estava na hora de irem.
-Deixei mais dinheiro em sua conta,se precisar
de mim é só ligar,Robert passará o numero. –Shindou só concordou. –Bem ... vou
indo então.Fique bem meu filho e você também Kirino.
-Faça uma boa viagem senhora. –digo e ela logo
sai.Shindou sobe para o quarto e eu o sigo,estava sendo muito infantil agindo
assim com sua mãe.Ele se joga na cama e eu fico a olhá-lo.
-Oras Kirino... o que é? –desse levantando a
cabeça pra me olhar.
-Oras Takuto,seu comportamento infantil.
–disse firme o que fez ele se sentar.
-Faça mil favor Ranmaru.Não quero ouvir
sermão. –diz e logo deita novamente observando o teto.
-Você sabe que foi ríspido com sua mãe,ela te
ama tanto Takuto não deveria agir assim.
-A meu Kami vai começar.
-Takuto ... quer saber,vai começar sim.Não
deveria ter agido daquele jeito com sua mãe.Você sabe muito bem que o que fazem
é por você,pelo seu futuro.
-Que eu saiba não pedia nada a eles.
-E precisava? Aos 3 anos já tocava no piano da
sua mãe e aos 4 já conseguia tocar vários instrumentos,quer mais do que isso
para que eles percebessem que você tinha futuro e que se continuassem da forma
que eram não poderiam te dar.Pensei que não fosse tão infan...
-Não quero saber Ranmaru.Eles ... nos
poderíamos fazer isso juntos,não pedi que se afastassem como estão fazendo.
-Takuto mas...
-CHEGA KIRINO!!
-Shin ...
-CHEGA!NÃO QUERO OUVIR. –sua voz saiu alta e
forte,com certeza estava nervoso,o olhava boquiaberta e quando enfim ele se deu
conta se dirigiu para o piano.
-Desculpe...não quis gritar. –disse se
sentando.
Fiquei calada e ele começou a tocar,mesmo
que não gostasse de demonstrar ele sabia que seus pais só se importavam com o
seu bem.Depois do tempo calados resolvi arriscar o que ele estava tocando.
-Mozart ?! –disse alto o suficiente para que
ele soltasse um sorriso.
-Mozart ? –virou seu rosto para mim ainda
tocando e arqueou uma das sobrancelhas.
-Não é? –disse rindo.
-Ohh Ranmaru.Não,não é.Pensei que havia te
ensinado. –para de tocar e se vira para mim.
-Aah acho que isso nunca vou aprender –ele se
levanta e vem se sentar ao meu lado.
-É só se esforçar como faz no futebol.
-Ah! Mas nisso eu levo jeito. –disse rindo.
-Ranmaru está com fome?
-Sim sim.
Sorrimos e seguimos até a cozinha já estava
acabando a tarde.Sempre me admirei com a cozinha,era tão grande com um balcão
de mármore preto perto da pia branca e cinza,os armários brancos em volta,tudo
era tão bonito.
Vi que Shindou ficou parado olhando com
certeza deve estar pensando em chamar cozinheiras mas não vou deixar isso.Fui
até a geladeira abri o congelado,sorvete,chantili na parte de baixo,peguei-o e
procurei a batedeira a encontrando coloquei o conteúdo da caixinha na vasilha e
comecei a batê-lo.
-O que você vai fazer? –disse ele se
aproximando de mim.
-Oras Takuto,vou bater o chantili,assim
podemos comer junto do sorvete.
-Então deixe que eu chame a cozinheira. –ele
disse dando menção de que iria chamá-las.
-Não!Vem aqui.É mais divertido se fizermos nós
mesmos. –seu olhar era descrente – Oras Takuto,consegue compor e tomar diversas
musicas clássicas e se divertir fazendo copos de sorvetes não consegue? –fiz de
propósito para o provocar e claro isso deu certo.Ele foi em direção ao armário
e pegou os copos de sorvete,algumas guloseimas,chocolate e coberturas.
-Então meu querido Ranmaru eu aposto que farei
melhor do que você.
-Veremos Takuto.
Terminei de
bater e coloquei a vasilha no balcão iríamos começar a montar o sorvete. Eu de
um lado e ele do outro até que senti algo passando no meu rosto,era chantili o
olhei surpresa e logo a cozinha havia se tornado um campo de batalha,estávamos
cheios de chocolate e outras coisas que antes estavam no balcão.
Estava correndo em volta da cozinha e Shindou
atrás de mim com mais cobertura,mas acabei ficando encurralada.
-Não,não Takuto. –disse com as mão abertas na
frente do corpo tentando em vão me proteger.
-Que não o que,foi você quem pediu. –disse se
aproximando e me fazendo encostar na parede,fechei os olhos esperando que ele
despejasse toda calda em mim mas nada aconteceu.Entreabri os olhos e vi que ele
estava distraído,aproveitei e tentei passar por baixo de seus braços mas ele me
segurou me puxando pela cintura fazendo com que perdesse o equilíbrio e antes
que caísse no chão ele me virou fazendo com que eu caísse em cima dele.Não
consegui segurar uma gargalhada o que foi correspondida,mas logo dei conta do
perigo que estava correndo e meu rosto queimou,ele me olhava diferente e
fixamente.
-Shindou –disse tentando me levantar,mas fui
impedida.
-Kirino...- estávamos a centímetros,pudi
senti-lo ofegante e sua mãe que antes estava em minha cintura agora acariciava
meu rosto,tinha que seguir o conselho de Robert e contá-lo o quanto antes.
-Shindou,eu ... eu tenho que – seu indicador
impediu que eu terminasse de dizer algo.
-Calado.
Tinha de fazer algo,ainda sou menino pra ele
e .... espera ai ... ele não sabe que sou garota,ou será que sabe? Robert deve
ter contado,se não ele não .... ele não faria isso.Nunca percebi nenhuma
atração dele por outro garoto,claro...Roberto deve ter contado.
-Mestre Shindou! O que estão ai. –assustamos
e nos separamos,era Nannci essa praga.
–Olha essa cozinha! O que Kirino fez com o senhor? –disse ela se aproximando de
Shindou e me empurando.
-Ranmaru não fez nada. –ele disse se desviando
dela e vindo ao meu lado,Robert acabará de aparecer.
-Robert,veja só o que a influencia de Kirino
fez com o jovem mestre. –ela disse raivosa.
-Ranmaru não fez nada de mais. –O moreno me
defendeu,Robert entenderia,Nannci mesmo que um pouco mais velha que nos nutria
um amor pelo Shindou e Robert sabia,por isso ela não gostava de mim.
-Nannci. –Robert disse olhando a bagunça.
-Sim.
-Coloque-se em seu lugar.Deixe as crianças
brincarem –Ele disse e saiu,logo seguida por ela.
Eu e o moreno maestro terminamos os sorvetes
o comemos,conversamos mais um pouco e logo as outras empregadas já estavam
limpando nossa bagunça.Seguimos ainda sujos para a escada principal que se
encontrava na sala.
-Quer subir e ... se limpar antes de ir?Com
certeza sua mãe ficará brava com essa bagunça.
Minha mãe já não se preocupava comigo a muito
tempo mas mesmo assim não poderia arriscar.
-Desculpe ... mas tenho de ir Takuto,já está
de noite. –disse me virando para ir a porta,mas ele segurou meu braço.
-Você pode ficar doente.
-Tudo bem,não moro longe,sabe disso Shindou.
–sorri e segui para a porta ele me acompanhou.
-Então até amanhã.
-É .. até. –Andei pela pista até o portão e em
seguida pela calçada,sorte que não havia ninguém na rua.Caminhei até em casa,a
porta estava trancada isso significava que minha mãe não havia ficado em casa.peguei
a chave onde ela costumava deixar e entrei,a escuridão e a solidão de ter
chegado em casa poderia me machucar se não tivesse consciência da minha
historia.
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